Só em 2015 foram quase uma dúzia de ofícios, algumas reuniões e um resultado muito abaixo do esperado. O prefeito de São Sepé, Léo Girardello, perdeu a conta, também, de quantas ligações fez para órgãos de segurança do estado – e para o próprio Governo – para solicitar atenção quanto à situação da segurança pública enfrentada nos últimos meses no município sepeense. Mesmo sabendo que a onda de violência tem sito um sintoma de praticamente todas as cidades do RS, Girardello ainda tem esperança que as tentativas, que começaram ainda em 2014, tenham reflexos positivos em um futuro próximo. Parte desta expectativa deve ser suprida na quarta-feira, 20, quando o prefeito tem uma agenda na Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul em Porto Alegre e, após, participa de uma reunião na Brigada Militar de São Sepé.
Uma decisão judicial em março deste ano chegou a trazer esperanças para as autoridades do município. À época uma ação pública ingressa em 2009 pelo Ministério Público de São Sepé teve sentença divulgada condenando o Estado a dotar o batalhão da Brigada Militar da cidade com 33 militares em efetivo exercício. A medida também condicionaria a destinação de 15 policiais civis à cidade. Depois da medida divulgada pelo Promotor de Justiça substituto, Sandro Marones, o Procurador Geral do Município, Cláudio Adão Amaral de Souza, formalizou uma representação junto ao MP para que o órgão promovesse reunião com a Secretaria de Segurança do Estado no intuito de acordar ao menos parcialmente o cumprimento da sentença antes de qualquer recurso ser interposto pelo Estado.
Também neste ano, foi encaminhado pela Prefeitura de São Sepé uma listagem com oito policiais militares que possuíam interesse em trabalhar no município. Outro ponto que tem sido bastante aguardado pelo Executivo é a definição do projeto de videomonitoramento. Nesta terça-feira, 19, a Polícia Civil encaminhou ao Executivo um mapeamento dos pontos. Na quarta-feira deve ser a vez da Brigada Militar avançar no projeto.
Girardello destacou que está de acordo com as manifestações de grande parte da população, que também tem buscado se mobilizar. “Não é de hoje que estamos tentando resolver essa situação que é de interesse coletivo. As pessoas muitas vezes não tem conhecimento do que nós (do Executivo) e também as polícias, tem tentado fazer para frear a criminalidade. Literalmente estamos pedindo socorro, pois as tentativas formais estão se esgotando. A população precisa ter a tranquilidade devolvida e nós não iremos nos abater enquanto isso não for possível. Toda e qualquer ajuda que tivermos será bem-vinda”, citou o prefeito. Ainda vale lembrar que segundo as determinações legais a segurança pública é um dever do estado.
